terça-feira, 21 de abril de 2015

O INICIADO

// Este texto é extraído do site da Fraternidade LUX et FRARI  e está na íntegra //
                                                                                                                 
                                               
Iniciado: Alguém que se iniciou; neófito de práticas secretas; aquele que recebe ensino de um mestre.
O iniciado é aquele que penetra nos mistérios da Deusa, levantando seus véus e contemplando a sua face comunga com seus mistérios divinos.
Meu mestre costuma dizer que: “Um mestre só se torna realmente mestre após ter um iniciado”. Este dito revela a importância do iniciado para o mestre.
Todo o mestre sonha em ter um iniciado perfeito, dedicado, estudioso e disciplinado, assim como o iniciado sonha em ter um mestre pleno de conhecimento, poder mágico e sabedoria. No entanto, para ambos, nem sempre isso acontece.
Diz um provérbio antigo “... o mestre se apresenta para o iniciado quando este está pronto”. Mas é preciso que o iniciado queira se tornar um. Ninguém pode obrigar alguém a ser um iniciado. Mas após optar e ser aceito, o iniciado deve dedicar-se, ter disciplina, seguir as orientações do seu mestre para progredir e esforçar-se para manter-se ao lado dele. “... o mestre é alguém que pesca com um anzol reto, o iniciado é alguém que se esforça para manter-se preso ao anzol”.
Às vezes vejo um iniciado julgando, criticando ou queixando-se do seu mestre, e isso me entristece, pois ou o mestre não esta atendendo as necessidades do seu iniciado ou o iniciado julga saber mais que seu mestre, e em ambos os casos a relação esta prejudicada, onde algumas vezes o rompimento da relação é a melhor solução.
A relação entre mestre e iniciado vai muito alem da relação entre professor e aluno. O laço entre os dois dura para sempre. Vejo com freqüência mestres se referindo ou citando palavras de seus antigos mestres ouvidas muitas vezes quando eram iniciados, e percebo nas suas vozes sentimentos de saudade, admiração e respeito, estes sentimentos por seus mestres, talvez nunca tenha sido percebidos por eles mesmos, quando eram iniciados.
Ouso dizer, que a relação entre mestre e iniciado é como a relação entre pai e filho.
A função do mestre é passar o conhecimento para o iniciado para que este possa seguir o seu caminho. A função do iniciado quando se tornar mestre é passar o que aprendeu de seu mestre, acrescido da sua experiência pessoal, a outros iniciados, mantendo viva a chama da tradição.
“... o pai que ama verdadeiramente seu filho deixa-lhe um legado para que este possa crescer com segurança e se manter no mundo vindouro quando seu pai lhe faltar. Da mesma forma quando o filho tornar-se pai passará o seu o conhecimento para o próprio filho”.
O caminho do iniciado não é um caminho fácil, muito pelo contrário, é repleto de ordalias. Há momentos em que as dificuldades, dúvidas, insegurança e medo parecem dominar e que a melhor saída é desistir. O iniciado deve confiar no seu mestre, ouvi-lo e tentar nestes momentos trevosos seguir-lhe a orientação. Ainda que seu mestre não seja o ser mais perfeito, ele é alguém que com certeza, não encontrou a sua espada caída na esquina; ele a conquistou superando as mesmas dificuldades pelas quais passa agora ou passará o seu iniciado.


Por Delphos Ankh-Af