domingo, 24 de agosto de 2014





RITUAL DE FOGUEIRA - CONSELHO DE THOTH
CELEBRAÇÃO DE MABOM

Convidamos a todos para a mais um momento de magia e adoração às Divindades e à Antiga Tradição

Data: 14 de Março de 2015

Hora: 15h

Local: à definir



Contatos e informações:
Mestre Therion Akkad - Tel: 9378-7757 - email: Therion.akkad@me.com
Buscadora Nahiene - Tel: 8189-6753 - email: nahiene@live.com


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domingo, 29 de junho de 2014

O “FALO” DE OSÍRIS

Que a luz do Amor Universal nos inunde a todos! Vamos pontuar, nestes momentos de conexão, tão esperados por nós, somente algumas das considerações que gostaríamos de estar restaurando neste momento histórico da Terra. Pretendemos resgatar uma situação planetária digna do interesse que temos de nos debruçar sobre questões de amplitude espiritual que possam delinear um quadro-roteiro, que identifique a vós o caminho seguro da ascensão e do vislumbre consciente dos fragmentos de conhecimentos que precisam ser adaptados à vossa compreensão, para que se facilite o vosso cotidiano planetário. O universo de personagens arquetípicas carece de desdobramentos explicativos, para que toda a sabedoria destes valiosos ensinamentos cumpra a sua atribuição de colaborar com a vida das criaturas humanas. O “Sagrado Masculino” e suas conjunções intrínsecas ao seu papel de dinamizador da vida dos seres terráqueos é o tema que ressurge em todo o planeta, através de vários canais, a fim de que possam todas as criaturas humanas identificar a lacuna energética que conspira contra a plenitude do ser e contra a expansão da consciência, que romperá todas as fronteiras e barreiras religiosas em direção ao amplo domínio do conhecimento possível na Terra sobre todos os retalhos da “Verdade Universal”.

Pensando em uma figura masculina neste momento, vamos imaginar aqui a presença daquele que foi o representante mais iluminado desta imensa comunidade humana específica e que trouxe o mais precioso álbum de recordações a todos os seres terrenos. E quem não seria se não fosse aquele que inaugura conosco, neste momento cósmico da Terra, este novo "Portal de Ísis", na busca da restauração da “Verdade Integral” e na busca daquilo que realmente nos compete nesta hora da Terra, que é auxiliá-la a ser, além de regaço feminino abençoado, onde a semente da nova raça germinará, com toda a magnitude de suas alvissareiras promessas de transmutar a psicosfera do orbe, também o repositório certamente mais conveniente para o florescimento das potentes sementes Crísticas da “Sabedoria”, que precisam adentrar o solo mental deste reino dos humanos, como preciosa alavanca de evolução, dada a importância de se conhecer a “Verdade”, para que o plano da luz divina encontre sintonia no terreno das mentes e corações da nova humanidade que desponta a partir de agora no planeta.

Esta figura masculina que tem este poder tão admirável é aquele ser inconspurcável que trouxe as suas lágrimas, o seu suor e o seu sangue imaculado na face da Terra, para poder esta, já fecundada pelo seu amor, trazer à vida, trazer à luz da vida tudo aquilo quanto nos planos superiores da Vida se projetou para ser nascido, adubado e colhido, em tempos programados pela sabedoria divina. São estes os frutos que se espera nascerem, para poderem ressarcir das sombras do passado todos os seres que necessitam agora deste elemento masculino sagrado, para poderem recuperar e revigorar todas as suas forças, desfalecidas no decurso destes milhares de anos e de séculos, na face da Terra, desde que ela assim foi criada como um orbe para a purificação de tantas almas perdidas neste universo sem fim. Precisariam elas, para todo o sempre, de todas as forças e energias deste manancial específico terreno (a energia masculina), para alcançarem os seu páramos de angelitude, de luz, de elevação suprema como dantes, na sua fase virginal. Este elemento masculino que nós visualizamos como o Mestre Jesus, neste momento planetário, fecundando a mãe Terra com o seu poder irradiador daquele próprio Cálice do Santo Graal a que nos referíamos, faz jorrar nos corações dos seres humanos toda a abundância da sua luz cósmica esplendorosa, para que esta possa irradiar-se igualmente por toda esta esfera azul e fazer este azul estar cada vez mais deslumbrante e assim poder trazer paz e esperanças renovadas a todos os seres humanos.

No entanto, esta força masculina tão insubstituível, cuja expressão material, espiritual, energética e mental é aquela que Ísis procura ainda, na face deste planeta que ora habitais, adoeceu gravemente nas suas camadas recônditas e invisíveis de seus papéis subjetivos nesta moradia planetária, neste último ciclo terreno. A face masculina da vida, aquela pela qual esta deusa da Terra procura, é, “apenas por um ângulo de interpretação”, o “potencial” que todos os seres humanos encarnados como figuras masculinas detêm e que, neste momento planetário encontram-se numa travessia íngreme de suas almas, praticamente diluídas nesta torrente tão arrojada destas águas tão raivosas das circunstâncias emocionais e espirituais deste orbe terráqueo. No entanto, paira muito além deste estrito sentido as nuances intrincadas deste mito merecedor de profundas análises e elucubrações iniciáticas.

Antevíamos já, há algum tempo, a necessidade de explorarmos estes caminhos, ilustrando aos seres humanos enfoques pertinentes a uma atualização desta mística saga de Isis, trazendo-a para todas as faces de interpretação necessárias, no momento, para o advento de uma nova mentalidade sobre a importância da luta feminina pelo próprio seu oposto masculino, não somente no seu sentido estritamente sexológico e materialista, mas também, no sentido mais filosófico e no sentido mais religioso, no que tange a tão necessária e importante Lei Cósmica da “atração dos opostos”, a atração dos sexos. Que isto, manifestado na vida dos seres humanos, possa ser acrescentado aos seus apontamentos de análise esotérica, por esta observação que hoje aqui faremos.

É importante reverenciarmos uma lei tão suntuosa do plano universal, que rege a atração dos astros nas suas próprias órbitas (é neste contexto, também, que vemos a sexualidade como uma Lei Divina), onde o negativo e o positivo se atraem, onde o feminino e o masculino, estuantemente, em se unindo, fazem gerar novas vidas. E, no plano universal, é esta a Lei que faz gerar, também, novos planetas, novos astros, novas estrelas e novos sóis.

No próprio Hálito Divino, em cujo Sopro Criador, incompreensível a vós, consumam-se através da inspiração e da expiração de todas as galáxias, em eras cíclicas exatas, a fecundação Divina, no regaço feminino do espaço universal. Nós vemos, também, o retrato vivo do movimento próprio da sexualidade divina. A penetração cósmica divina, primordial, por esse movimento do ir e vir, do inspirar e do expirar, é como o movimento dos vossos corpos, nos momentos deste inefável encontro de almas e de corpos, de hormônios e de emoções. E, expressando-se, na vida material, este lindo fenômeno cósmico, nós vemos, no território das relações humanas, os desencontros brutais neste grande momento do conluio sexual das criaturas terrenas. É o “desencontro forjado”, que tem sido regido por tantas mentes desencarnadas, laboriosas na dissolução das emoções mais delicadas dos corações e das almas dos seres que revestem o seu corpo espiritual das formas masculinas. Este é apenas um aspecto deste enigma iniciático.

Por outro lado, analisando esotericamente a busca de Ísis pelo princípio masculino, obviamente sabemos que ela não vislumbra estes princípios simplesmente como um “Falo” decepado que estivesse enterrado ou de posse de algum aventureiro, ou de algum ditador, ou de algum imperador de algum feudo, ou de alguma nação em algum canto desta Terra. Mas sim, “Ela”, (representando o “Sagrado Feminino”), “busca”(tem a missão intrínseca), ela busca, então, ainda, por um “Atributo Masculino Planetário”, ela busca por um movimento fertilizador necessário para a Terra, um movimento importantíssimo que devemos implementar pelas formas viáveis: o da “Restauração do Poder Insofismável do Polo Masculino na Terra”, a dinamização exponencial da polaridade masculina deste orbe, a vivificação do elemento fecundador sem o que a Criação se tornaria inexequível.

O que Ísis busca, além disso, quando tenta recolher todos os pedaços do corpo de Osíris, na verdade, é a Unidade do Ser, a simbiose plena entre todos os mecanismos humanos de interação com o “Todo Absoluto” e com o respeito ao funcionamento individual de cada um destes universos micro propulsores do funcionamento do “Um”. Este corpo de Osíris, que está sendo representado pelos pedaços da Verdade retalhados como religiões, filosofias e seitas de variada ordem, de múltiplos estilos de expressão, em infindável número de grupos e segmentos espiritualistas, como também de outras áreas que compõem os elos de articulação da vida humana, tem como ponto crucial a ser consumado, (após a restauração dessas verdades fragmentadas), por Isis (a deusa da religação do “eterno feminino” com o “eterno masculino”), e como o ápice de suas pretensões iniciáticas, “alcançar a sua fita de vitória” e, pousando o peito vitorioso nesta chegada sobejamente magnífica na virada do eixo equilibrador do planeta Terra, este “Falo” tão falado, este “Falo” tão querido, este “Falo” tão desejado, ambicionado por todas as almas que aqui na Terra se revestem de corpos e de emoções femininas, ser “encontrado”, como o agente miraculoso da propulsão dos eventos impalpáveis de transfusão energética para a Terra, transformando o cenário deste plano humano em palco de novas e maravilhosas fases de evolução e solidariedade, e, além disto, transmutando a atuação sexual dos pares num evento de integração plena entre o “sagrado masculino” e o “sagrado feminino”. O masculino não mais ostentando somente a sua face de elemento de “força” e “comando”, que vem sendo a tônica de sua frequência vibratória no cotidiano da vida humana, mas sim a sua interface com a frequência do “amor” e da “compaixão”, aspectos femininos da aura magnética vibratória dos seres humanos. O polo feminino, por sua vez, fortalecendo sua identidade com a “determinação” e “penetração” em todos os âmbitos da vida humana, o que já tem acontecido de forma mais visível, e incrementando a sua força natural e sutil, como já o tem feito, de direcionar a mente e o coração das criaturas humanas para o equilíbrio e harmonia entre sentimentos e ações.

Com relação à restauração da “Verdade Integral”, é preciso que se situe de uma forma muito clara e de uma forma muito positiva a questão de que a Terra, como elemento feminino no universo, necessita de toda a vibração deste “Falo”. Este “Falo” subjetivo é o ponto obscuro ainda no mosaico da colcha de retalhos da “Verdade”. Este “Falo” é o ponto de equilíbrio da vida na Terra e é neste departamento de estudo que estaremos nos articulando doravante, todos nós dos planos espirituais do governo oculto do mundo, a fim de que deixemos registrado no catálogo akáshico deste novo ciclo terreno, o papel preponderante dos arquétipos de Jesus Cristo e Maria Madalena na história da Terra. Este elo “subjetivo”, neste contexto em que nós queremos aqui desbravar, não se refere, então, ao simplismo de se considerar o “Falo” de Osíris apenas o órgão da genitália masculina, embora venha a ser, de certa forma, a sua importância de significado emblemático, uma consequência também a nível de relações sexuais humanas que, a partir deste momento de transição da Terra, caminham para a plenitude do ser e de suas manifestações fisiológicas, inclusive.

Toda esta egrégora verdadeiramente complexa do mito de Osíris e seu papel de força propulsora e fecundadora no orbe terráqueo, manifesta-se, no entanto, de forma desarmônica, ainda, na Terra, causando, então, todos estes desencontros no plano das expectativas materiais, emocionais, mentais e espirituais, nas suas interfaces com praticamente todos os mecanismos da vida humana.

Saindo do plano das idéias e do plano filosófico desta aparente lenda incompreensível para muitos, para a constatação de que a busca de Isis pelo “Falo de Osíris” é o espelho que reflete uma situação planetária palpável, nós vamos contemplar aqui mais uma situação inequivocamente preocupante para todos nós, do mundo espiritual, e de todas as confrarias intergalácticas. Quando verificamos a necessidade do despertamento e conscientização dos seres terrenos sobre o papel do “eterno masculino” neste momento ímpar de abertura de portais dimensionais também de cima para baixo, ou seja, da chegada de novos recursos energéticos para a fertilização da Terra, especialmente os do augusto “Cálice do Santo Graal Crístico”, dimensionalmente fazendo jorrar suas mônadas de contextura sutil espermática no regaço feminino das terras da Terra, consideramos sobejamente útil nos reportarmos, nestes momentos de conexão, ao importante desiderato que teremos todos que acalentar e implantar na face da Terra, na área dos cerimoniais magísticos que nos servem de antenas planetárias para a a transmissão magnética dos recursos previstos para serem efusionados para a Terra. É imprescindível que haja uma preocupação mais acirrada de todas as esferas cósmicas e de todos os agentes humanos canalizadores e que tenham autorização espiritual para atuação magística especializada e qualificada, que criem condições e oportunidades de restabelecimento das lacunas energéticas do polo masculino na Terra. É preciso que haja uma consciência nova sobre a restauração deste departamento desta egrégora específica em todos os patamares de entendimento sobre a questão.

No que pese, agora, por outro lado, a indagação que tenha ficado sobre as “mentes desencarnadas laboriosas” na deturpação das emoções sexuais masculinas no encontro do elemento feminino e os “desencontros forjados”, temos a afirmar, neste momento, que existe uma contra-oferta astral, dos submundos abissais, sobre a energia masculina operante na vida dos seres humanos. Um imenso “corpo” de plasmação densa, albergando milhares de clones de corpos masculinos com seus falos etéricos, encontram-se em situação de aprisionamento nos umbrais deste orbe. Inteligências devotadas à derrocada da expansão evolutiva do planeta Terra e ainda investidos de condições energéticas para manipulação de suas conhecidas artes magísticas de caráter sombrio e por ora ainda operosos em suas ignomínias, trabalham ininterruptamente em detrimento da felicidade e da evolução dos seres humanos. Propiciaram esses antigos atlantes, capelinos e seres do planeta Morg, com seus conhecimentos iniciáticos de ordem invertida e inferior, longe de estarem voltados à materialização da salubridade mental e espiritual, física e emocional dos seres terrenos, a existência, no interior das mais recônditas camadas frequenciais da atividade “mental”, como também da “metabólica” dos seres que tem se revestido de corpos masculinos na Terra, de uma mui inferiormente criada “matriz” astral, condensada em seu órgão fálico, e igualmente plasmada como “idéia”, e ressuscitada a cada dia, como lacuna real de valores de impulso evolutivo para a nova raça que desponta no planeta. Deterioram-se, por esta via abominável, as emoções do mundo masculino quanto à importância do seu papel de representantes da atribuição crística de fecundação sagrada e da sua “performance” mais qualificada no conúbio sexual, onde a harmonia vibratória com o universo emocional feminino passa distante do seu nível ideal.

Não fosse agora um planejamento mais habilmente estudado pelas falanges crísticas sobre o resgate do “mito de Osíris”, sobre a conscientização dos semeadores da luz na Terra, através da articulação de mensagens sincrônicas, restabelecendo o papel decisivo do elemento masculino cósmico do Senhor e Mestre Jesus Cristo, e a de fazermos acontecer estes mecanismos de divulgação de mistérios revelados através da palavra falada ou escrita, não haveria muito mais tempo para providências indispensáveis. Doravante tereis, todos, vós, seres da Terra, uma constituição de novos quesitos esotéricos através da “Doutrina Universal” que se plasma definitivamente em vosso orbe, e que se revela como evidência, a partir de agora, com este movimento integrado entre inúmeros instrumentos humanos que trazem aspectos da Verdade e, num desforço mais específico deste veículo do qual se serve a “Voz do Raio Rubi”.

A urgência maior no aspecto iniciático do contexto do mito de Osíris, sobretudo quando cogitamos de que venham os seres terráqueos a assimilarem mais celeremente a nova consciência sobre o papel do “Sagrado Masculino” na Terra, é a de iniciardes uma empreendidura empírica de divulgação e sedimentação da “idéia” e das “liturgias ritualísticas” necessárias na sua implementação através de cultos e celebrações, com a meta precípua de poderem estas consolidar materialmente a nova energia crística restaurada de seu esquecimento e das distorções teóricas, energéticas, mentais e fisiológicas que estão ocorrendo de forma desvairadamente planejadas pelas mentes doentias e ardilosas dos viventes desencarnados nos recôndirtos umbralinos da Terra.

A energia masculina específica, na sua qualidade intrínseca de caráter penetrante na realidade do plano astral e física no planeta, atinge o seu objetivo cósmico quando existe reciprocidade na onda frequencial mental dos seres terrenos. Sendo ela dinamizada etericamente, por meio da ativação extrema do “Cálice do Santo Graal”, egrégora e manancial crístico de doação constante ao planeta, age ela, então, como fonte geradora de suprimento energético de extremo poder e alcance absoluto sobre a vida na Terra e sobre a sustentação do equilíbrio de cada ser humano.

O que buscamos, nós dos planos superiores da Vida, juntamente com a mítica Isis (a sua egrégora) é poder consumar essa odisséia evolutiva. O nosso “Osíris” e seu “Falo” tão enigmático, deve ser assumido na humanidade como agente precursor de “criação”, por múltiplos ângulos de interpretação, dada a sua legítima atribuição de fecundar e fazer a polaridade feminina do planeta e dos seres humanos ser conjugada ao seu propósito altaneiro de gerar a “Vida”, mas somente após a fonte divina primeva de polaridade masculina ter se apresentado como “semente” para a consumação da obra maravilhosa desta mesma “Vida”.

A celebração constante não somente à “Deusa Mãe Terra”, mas também àquele que vai fecundar esta mãe Terra é crer no seu poder absolutamente penetrante, materializante e estuante nesta própria Terra que deve trazer, então, frutos abençoados, nas roupagens específicas de elementos vivificadores do magnetismo mineral, vegetal, animal, hominal, mental e espiritual. As forças resultantes deste acoplamento entre o polo feminino e o polo masculino da Terra, da Vida e das relações humanas regem as milhares faces da existência humana e todos os seus mecanismos de manifestação das emoções, sentimentos, valores e postulam assim, arquetipicamente, as ações humanas, situando-as nos seus devidos patamares de concretização.

Tendes todos vós, irmãos da Terra, um arcabouço de novas versões da “Teologia dos Arquétipos Planetários” a serem devassados. É a isto que se propõe aquilo que chamaremos doravante de “Jardim de Isis”, o portal de ingresso à “Verdade Integral”, iniciado em sua implantação prática a partir deste grupo que nos serve como voz da “Voz do Raio Rubi”. Falaremos sobre esta meta a partir de agora, complementando, porém, sobre “Osíris e seu Falo Sagrado”, na interação com o “Olho de Hórus” e com o “Jardim de Isis”.




A ALMA NO ANTIGO EGITO

O destino da Alma está no céu; o destino do corpo está na Terra. Os rituais de mumificação determinam a direção da viagem.

O ego pessoal e a Alma diante da sala do Juízo

Na antiga cultura egípcia, o Ego pessoal é representado pelo coração e é de dupla natureza. Possui uma face espiritual superior, que lhe outorga as faculdades mentais da memória e da imaginação. Mas essa luz da inteligência se encontra submersa no mundo do desejo e da dualidade, o kama dos hindus, que se entende como uma espécie de Alma inferior humana ou mente de desejos.

O coração tem dois nomes que na vida se convertem em um só: Ab e Hati. O Hati é o coração físico, o que permanece na terra, o aspecto temporal, a sede das paixões que se devem dominar para transcender a natureza inferior. O Ab é o que vai ser julgado como uma testemunha que olha o passado e o futuro da alma.

Helena Blavatsky insiste em que a alma que aspira à osirificação, à ressurreição ou renascimento num plano superior, é o eu pessoal (Ab). Este coração, Ab, é o aspecto inferior da mente. O Ba é o superior, e ambos constituem uma unidade. De fato, devem integrar-se como tal na Sala do Juízo para demonstrar estar com a Verdade, com a Justiça, com a Lei e com a Luz. Isto é o que considera a alma osirificada, que permite ao Ba recuperar o poder sobre a memória e a imaginação.

Há diversos capítulos do Livro dos Mortos em que o coração hereditário Geb-Ba¹, ou o princípio que reencarna, solicita ao seu coração Ab que não testemunhe contra ele. “Oh, meu coração, meu coração hereditário, (te) necessito para minhas transformações (…) não te afastes de mim perante o guardião das balanças, Tu és minha personalidade dentro do meu peito, companheiro divino que vela meu corpo” (Livro dos Mortos. Cap. LXIV, 34, 35).²

O coração Ab deve testemunhar acerca da inocência do defunto e de que este se comportou na Terra como um discípulo no caminho espiritual. Este coração é o centro da forma e da vida da personalidade temporal, que tem de demonstrar, frente ao tribunal de Osíris, ter sido o correto canal dos princípios superiores.

Quando o coração do defunto é julgado puro, a sentença de sua liberação que o juiz pronuncia é: “que o coração seja posto em seu lugar, na pessoa de Osíris N. O retorno do coração ao peito do defunto é o sinal de seu renascimento e está associado ao escaravelho”.

A osirificação do coração permite o renascimento da alma no plano de Atum, sua divinização e sua fusão na luz de Re. O coração, uma vez osirificado, não se transforma mais, porém o Ba prosseguirá ainda sua transformação. O defunto diz: “Eu vejo as minhas formas, como vários homens transformando-se eternamente (…). Eu conheço este capítulo. Aquele que não o conhece assume todo tipo de formas viventes”. (Livro dos Mortos, Cap. LXIV, 29-30)

O juízo do coração determinará a direção da viagem, seja para reencarnar na Terra, seja para continuar seus renascimentos no Céu.

Se não consegue passar no juízo, o coração é engolido pelo monstro Amhet, que o excreta nos planos inferiores, transformando-o no corpo causal de uma futura vida ou encarnação. O Ba se inverte, retorna ao Duat de cabeça para baixo e volta a ter uma morada na Terra, o que se representa como o Ba retornando ao túmulo. Voltar ao túmulo significa reencarnar. Por isso, se vê Ba levar para a múmia funções vitais e alimentos, o que representa o processo de uma nova encarnação na terra. Na realidade a múmia não renasce no além, mas apenas simboliza a futura personalidade ou quaternário que deverá encarnar, em estado de gérmen.

A múmia representa o corpo que fica na Terra e por sua vez a representação do último destino da alma, o Sahu, o que pode causar muitos mal-entendidos porque é um conceito utilizado de modo alegórico. O corpo, depois da morte, é transformado em múmia. A múmia é a sustentação no mundo terreno da recomposição dos elementos septenários que tendem à dissolução depois da morte. Os rituais funerários propiciam a transformação do defunto em um corpo de Luz ou Akh. A múmia, como prefiguração do corpo de luz, é também denominada Sahu, que se distingue do cadáver ou corpo putrefactível, Khat, e do Djet ou corpo físico vivo.

A múmia pode também representar o continente ou veículo do que será transformado ou renascerá em qualquer plano. Estar em estado de múmia é estar em estado vegetativo ou latente. Mas isso pode denotar tanto a latência do corpo físico como a da alma superior. Não é a múmia física que ressuscita.

Quando nos textos se vê o Ba regressando à múmia, se está simbolizando o descenso da alma ao plano terrestre, isto é, a reencarnação. “O que vai reviver (…), a alma deveria encontrar-se com a múmia (Livro dos Mortos. Cap XXXIX) e lhe dar novamente a vida”.³

Depois de haver passado um tempo no além, no Amenti, e se haver purificado da vida passada, o defunto é chamado a contribuir com novas existências para a múmia, o germe causal de sua próxima encarnação. “Oh Deuses de Heliópolis (…), concedei-me que minha alma venha a mim onde quer que esteja. (…) Minha alma e minha inteligência me foram arrancadas. Fazei que minha alma veja meu corpo, se a encontrardes… Que se uma à sua múmia (que reencarne)” (Livro dos Mortos cap. LXXXIX).

Quando a múmia chama a alma ou Ba representa o germe do futuro ego pessoal que se está reconstituindo para uma nova encarnação. Não há ressurreição da carne no mundo terreno. O destino da alma está no Céu. O destino do corpo esta na Terra.

No Livro das Respirações, ou Shai-n-sin sin, supostamente escrito por Isis para seu irmão Osiris, para fazer reviver a alma, para fazer reviver o corpo, se diz: “tua individualidade é permanente; teu corpo é durável; tua múmia germina. A germinação da múmia é o símbolo da ressurreição ou reencarnação na Terra”.

Se a Alma for osirificada, isso significa que seu coração está tão leve quanto a pluma de Maat e não é preso pelo monstro Amhet. Então será o deus Horus quem apresentará, não o coração, mas a Alma viva e justificada (Livro dos Mortos cap. CCXXV) do defunto a Osiris, deus do Além. A Alma viva poderá continuar seu itinerário ruma à luz do dia. Será purificada no lago de fogo (Livro dos Mortos cap. CCVI) e avançará no caminho que a conduzirá à sua verdadeira natureza, que é ser Luz junto a Re.

O Livro dos Mortos oferece uma lista completa das transformações da alma que o defunto realiza enquanto se despoja progressivamente das vestes mais opacas e densas, à medida em que se eleva na noite do Duat, à luz do horizonte de Re.

A sombra (Kaibit), a forma astral, é aniquilada, devorada por Oreus (Livro dos Mortos, CIL, 51). Os Manes serão aniquilados; os dois gêmeos (os princípios quarto e quinto) serão dissipados; mas a Alma Pássaro (Ba), a Andorinha divina e a Oreus de fogo (Sahu, que reúne os três componentes superiores em uma unidade) viverão na eternidade, pois são os maridos de sua mãe.4


Notas

Blavatsky compara este Geb-Ba com o Maná Hindú, a Alma hereditária, o fio brilhante imortal do Ego superior, ao qual adere o aroma espiritual de todas as vidas ou nascimentos (Doutrina Secreta, vol. 4p. 196). O (morto) Rei é Osíris nas cinzas. Seu horror é a terra: não entrará em Geb (pois) está aniquilado quando dorme em sua casa sobre a terra (a nova personalidade) (Pyr 308-312). A entrada em Geb é a entrada na vida terrestre, ou seja, a encarnação. Às vezes se vê nos desenhos a Alma como pássaro com cabeça humana sobre a tumba. Esta (a tumba) representa a antiga personalidade material, que contém a múmia, as vísceras e os aspectos materiais. Há analogias entre a tumba e a casa. A casa na terra é a nova personalidade terrestre.

Doutrina Secreta, vol 1, p. 241.

La réincarnation. E. Berthelot, Ed. Pierre Guenillard, p. 164. Lausanne, 1978.

Doutrina Secreta, vol. 1, p. 247.

Bibliografia

O livro dos mortos, traduzido do francês por Paul Pierret, Ed. Ernest Leru, Paris, 1882.

O Livro dos Mortos, Ed. José Llanes, Barcelona, 1953.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Dogons - Herdeiros de Sírius


Dogon é um povo que habita o Mali e o Burkina Faso. Os dogons do Mali são um povo que vive em uma remota região no interior da África Ocidental - são cerca de 200 mil e a sua maioria vive em aldeias penduradas nas escarpas de Bandiagara, ao leste do Rio Níger. Ainda não podem ser qualificados como "primitivos", pois possuem um estilo de vida muito complexo, e não são excelentes candidatos a possuir conhecimentos científicos. Contudo, possuem um conhecimento muito preciso do sistema estelar de Sirius1 (incluindo pelo menos uma estrela que ainda não foi identificada pelos astrônomos) e dos seus períodos orbitais. Os sacerdotes dogons dizem que sabem desses detalhes, que aparentemente são transmitidos oralmente e de forma secreta, séculos antes dos astrônomos.

Esses conhecimentos foram publicados pela primeira vez em 1950, no "A Sudanese Sirius System", escrito pelos antropólogos franceses Germaine Dieterlen e Marcel Griaule, que viveram muito tempo com os dogons no final dos anos 1940. Os dois cientistas ganharam a confiança dos sacerdotes até o ponto deles lhe confiarem esses notáveis conhecimentos, muito ligados às suas crenças religiosas.


A astronomia Dogon

A origem da vida

Para os dogons, toda a criação está vinculada à estrelas que eles chamam de Po Tolo, que significa "estrela semente". Esse nome vem da minúscula semente chamada de "fonio", que em botânica é conhecida como Digitaria exilis. Com a diminuta semente, os dogons referem-se ao inicio de todas as coisas. Segundo os dogons, a criação começou nessa estrela, qualificada pela astronomia como anã branca, e que os astrônomos modernos chamam de Sirius B, a companheira muito menor da brilhante Sirius A, da constelação Cão Maior.
Os dogons sabem que a Po Tolo tem uma enorme densidade, totalmente desproporcional ao seu reduzido tamanho e acreditam que isso deve-se à presença do sagala, um metal extremamente duro e desconhecido na Terra. Continuam descrevendo que as órbitas compartilhadas da Sirius A e da Sirius B formam uma elipse, com a Sirius A localizada em um dos seus focos.
Os dogons também dizem que a Sirius B demora 50 anos para completar uma órbita em volta da Sirius A, a astronomia moderna estabeleceu que o seu período orbital é de 50,4 anos. Igualmente intrigante é a sua afirmação de que a Sirius B gira em torno do seu próprio eixo e demora um ano terrestre para terminar este movimento. Alguns astrônomos afirmam que isso é possível, enquanto outros discordam dizendo que esse período de rotação é muito longo para uma estrela tão pequena e densa.
Mas, o que é realmente assustador é o conhecimento que dizem ter sobre o terceiro astro do sistema Sirius, descoberto apenas recentemente pelos astrônomos, já que possui um tamanho irrelevante perto dos dois outros astros do sistema, e por isso levou quase meio século para ser descoberto. Os Dogons chamam este terceiro corpo de Emme Ya, ou "Mulher Sorgo" (um cereal) e dizem que é uma estrela pequena com apenas um planeta em sua órbita, ou um grande planeta com um grande satélite. Os modernos intérpretes dessa tradição chamam esta estrela de Sirius C.


Influências européias


Bonecos dançando Dogon, da coleção do Museu Infantil de Indianápolis
A conclusão de que a informação recebida por Dieterlen e Griaule era conhecida pelos dogons há milhares de anos, e é aceita pelo membro da Royal Astronomical Society, Robert Temple, uma vez que há provas a favor de tal afirmação. Contudo, há um grupo de críticos que não concordam com essa informação. Entre este grupo de cético, estão Carl Sagan, Ian Ridpath, James Oberg e Ronald Story. Segundo eles, os exploradores da Europa e dos Estados Unidos encontraram os dogons há 150 anos e forneceram-lhes informações sobre Sirius, que logo foi incorporada à sua cosmologia.
Contudo, em uma entrevista ao programa Horizon da BBC, Germaine Dieterlen não concordou com esse ponto de vista e, para prová-lo, mostrou um esquema feito pelos dogons do sistema Sirius de 500 anos de idade. Além disso, outros pesquisadores argumentam que muitos dos astrônomos dos dogons não eram conhecidos no Ocidente até o século XX.


As migrações gregas

Os pesquisadores afirmam que os conhecimentos sobre o sistema Sirius dos dogons possuem milhares de anos, e tem a seu favor as provas históricas. Supõe-se que os dogons são remotos descendentes dos gregos que colonizaram a parte da África que atualmente constitui a Líbia. Heródoto os chama de Garamantianos, de Garamas, o filho de Gaia, a deusa grega da terra. Os elementos da tradição grega são muito parecidos à preocupação dos dogons com os números. Além disso, durante a sua permanência na Líbia, aqueles gregos expatriados poderiam ter adquirido alguns conhecimentos dos seus vizinhos, os antigos egípcios.
Séculos de lenta emigração para o sul levaram os dogons ao Rio Níger, onde se estabeleceram e se misturaram com os habitantes negros locais. Segundo Robert Graves, os últimos restos dessa errante tribo estão agora em uma aldeia chamada Koromantse, também chamada Korienze, a 75 km de Bandiagara.


Visitantes Anfíbios

Para alguns adeptos das teorias dos antigos astronautas, com referências no livro Eram os Deuses Astronautas? - 1968 - Português, Erinnerungen an die Zukunft - Título original em Alemão, do escritor suiço Erich von Däniken, isso constitui uma prova irrefutável da antiguidade dos conhecimentos astronômicos dos dogons. Mas a forma como os adquiriram continuam sem respostas. Como um povo que não dispunha de instrumentos óticos poderia conhecer os movimentos e as características da estrela mais brilhante, da sua companheira pouco visível e de um terceiro astro do qual ainda não existem provas cientificas de sua existência?
Os dogons explicam os seus conhecimentos astronômicos do sistema Sirius de uma forma muito simples: seus antepassados os adquiriram de visitantes anfíbios extraterrestres, chamados por eles de "nommos", provenientes da estrela Po Tolo (Sirius B). As descrições feitas pelos dogons são muito precisas.
Contam que os nommos chegaram pela primeira vez do sistema Sirius em uma nave espacial que girava em grande velocidade quando descia e que fazia um barulho tão forte quanto o rugido do vento. Também dizem que esta máquina voadora rebateu ao aterrissar como se fosse uma pedra pela superfície da água, semeando a terra com "jorros de sangue". Nativos dizem que "jorros de sangue" na língua dogon é semelhante a "escape de foguete", o empuxo invertido usado nos veículos espaciais. Os dogons também falam que pode ser interpretada como "nave mãe" colocada em órbita. Isso não é tão estranho quanto parece: A Apollo 11 ficou em órbita lunar enquanto o módulo descia para fazer a primeira alunissagem em julho de 1969.
Tudo isso parece ridículo se não fosse pelo paralelismo com as civilizações que apareceram na época das migrações dos antepassados dos dogons. As representações artísticas dos nommos na forma de réptil assemelham-se ao semideus babilônico Oannes, com rabo de peixe, aos anfíbios dos acadianos conhecidos como Ea, e à representação na arte primitiva egípcia de Ísis em forma de sereia. Todos esses personagens foram, para seus respectivos adoradores, os pais das suas civilizações.
Os seus vínculos com as antigas civilizações do Oriente Médio dependem da aceitação da teoria que diz que seus antepassados teriam viajado até o sul, enquanto a afirmação de que os extraterrestres descreveram-lhes o sistema estelar.


Correspondentes egípcios

A Sirius A era conhecida pelos antigos egípcios como Sothis. Seu ano começava como os "dias do Cão", quando a Sirius, a estrela da constelação Cão Maior, surgia atrás do Sol, por volta do dia 23 de julho. Aparentemente também conheciam a Sirius B porque, nas suas tradições religiosas, a deusa Ísis era símbolo da Sirius A e Osíris, seu consorte, era associado à sua escura companheira.
Os antigos rituais vinculam Ísis a Sirius. A câmara do ano novo do templo de Dendera foi construída de forma que a luz da Sirius seja canalizada por um corredor até o interior da câmara.
Isso é um antecedente da cerimônia Sigui que os dogons celebram quando a Sirius pode ser vista pela fresta de uma rocha da aldeia de Yougo Dogorou. Devido ao fato de Osíris ser adorado como o senhor da vida após a morte e as lendas dos antigos egípcios falarem de almas, que voavam a uma mansão imortal junto aos deuses, é possível que considerassem que essa mansão estivesse localizada na Sirius B.


Répteis humanos



Os dogons acreditam que deuses (nommos) vieram de um planeta do sistema Sirius, há 5 ou 6 mil anos. Na linguagem dogons, Nommos significa "associado à água" ; "bebendo o essencial". Segundo as lendas, os anfíbios Nommos viviam na água e os Dogons referem-se a eles como "senhores da água". A arte dogon, sempre mostra os Nommos parte humanos, parte répteis. Lembram o semideus anfíbio Oannes dos relatos babilônicos e o seu equivalente sumério Enki. Os textos religiosos de muitos povos antigos referem-se aos pais de suas civilizações com seres procedentes de algum lugar diferente da Terra. Coletivamente, isso é interpretado por algumas pessoas como a prova da existência de vida extraterrestre que estabeleceu contato com o nosso planeta em um passado distante.



Ramsés II

Ramsés II foi o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia, uma das dinastias que compõem o Império Novo. Reinou entre aproximadamente 1279 a.C. e 1213 a.C. O seu reinado foi possivelmente o mais prestigioso da história egípcia tanto no aspecto económico, administrativo, cultural e militar. Foi também um dos mais longos reinados da história egípcia. Houve 11 Ramsés no reino do Egito, mas apenas ele foi chamado de Ramsés, o Grande.


Vida Familiar

Ramsés II era filho do faraó Seti I e da rainha Touya. A família de Ramsés não era de origem nobre: o seu avô, Ramsés I, era um general de Horemheb, o último rei da XVIII dinastia que o nomeou seu sucessor.
Aos dez anos Ramsés recebeu o título de "filho primogénito do rei", o que correspondia a ser declarado herdeiro do trono. Seu pai introduziu-o no mundo das campanhas militares quando era ainda adolescente e Ramsés acompanhou-o contra os Líbios e em campanhas em Canaã e Sinai.


Esposas e filhos

Julga-se que pelo menos dez anos antes da morte do pai, Ramsés já era casado com Nefertari e Isitnefert. A primeira seria a mais importante e célebre das várias esposas que Ramsés teve na sua vida, tendo sido a grande esposa real até sua morte, no ano 24 do reinado de Ramsés. Nefertari, que possui o túmulo mais famoso do Vale das Rainhas, deu à luz o primeiro filho de Ramsés, Amenófis, conhecendo-se pelo menos mais três filhos e duas filhas de ambos. As pesquisas documentam seis filhos com Nefertari.
Isetnefert é menos conhecida que Nefertari, estando sua presença melhor atestada no Baixo Egipto. Com ela, Ramsés teve um filho que partilhava o seu nome, para além dos príncipes Khaemuaset e Merenptah (este último tornou-se seu sucessor devido à morte prematura dos filhos mais velhos de Ramsés). Khaemuaset foi sumo-sacerdote de Ptah na cidade de Mênfis e foi responsável pela organização das festas Sed celebradas em honra do pai. A festa Sed celebrava-se em geral no trigésimo aniversário de reinado do faraó e visava simbolicamente regenerar o seu poder; sabe-se que Ramsés celebrou catorze festas deste tipo, a primeira no ano 30, as seguintes num intervalo de cerca de três anos e no final da sua vida celebrou várias praticamente a cada ano. Khaemuaset era um amante de antiguidades e dedicou-se a mandar restaurar vários edifícios. Foi também responsável por mandar construir galerias subterrâneas em Sakara, onde eram sepultados os bois de Ápis.
Ramsés foi também casado com sua irmã mais nova Henutmiré (segundo alguns autores seria sua filha em vez de irmã) e com três das suas filhas, Meritamon, Bentanat e Nebet-taui. Após a paz com os hititas, Ramsés recebeu uma filha do rei Hatusilli III como presente. Com ela casou no ano 34 do seu reinado. Seu nome hitita é desconhecido, mas sabe-se que adoptou o nome egípcio de Maathorneferuré. Sete anos depois desse casamento, esposou outra princesa hitita, sobre a qual nada se sabe.


Campanhas militares

Batalha de Kadesh

Ramsés sucedeu ao pai em 1279 ou 1278. No plano internacional os hititas, que viviam no que é hoje a Turquia, surgem como rivais do império egípcio no corredor sírio-cananeu.
No ano 4 do seu reinado, Ramsés conduz uma expedição militar exploratória que alcança a Fenícia. No rio Cão, perto da moderna Beirute, manda erguer um estela, cujo texto é hoje ilegível.
No ano seguinte inicia-se a guerra propriamente dita com os hititas. Ramsés atravessa a fronteira egípcia em Sila e um mês depois chega aos arredores da cidade de Kadesh, perto do rio Oronte, com o objectivo de expulsar os hititas do norte da Síria.
O exército egípcio estava dividido em quatro unidades, que receberam o nome de um deus da mitologia egípcia: Amon, Ré, Ptah e Set. O exército aguardou nos arredores de Kadesh, desejoso por cercar a cidade. Dois hititas que se apresentam como desertores (mas que na realidade eram espias), enganam os egípcios, afirmando que os hititas ainda estão bem longe de Kadesh. Ramsés decide então avançar com a unidade Amon que lidera, desconhecendo que os hititas estavam escondidos a leste de Kadesh. Subitamente, a unidade Amon é cercada pelos hititas.
Segundo o relato egípcio, o "Poema de Kadesh" gravado nas paredes dos templos de Karnak, Luxor, Abidos, Abu Simbel e no Ramesseum, Ramsés é abandonado pelos soldados e, sozinho na sua carruagem, fica frente a frente dos hititas. O rei, desolado por ter sido abandonado, faz uma prece a Amon, lamentando-se por seu destino. Amon escuta sua prece e Ramsés transforma-se em guerreiro todo-poderoso que enfrenta completamente sozinho os hititas.
A realidade, porém, encontra-se distante desse relato irreal ao serviço da propaganda faraónica. Julga-se que os egípcios foram obrigados a recuar, não tendo tomado Kadesh, mas os reforços chegaram a tempo de o salvar.
Nos próximos anos do reinado continuam os combates com os hititas na Síria-Palestina. No ano 16 do reinado de Ramsés, Mursili III, filho mais novo de Muwatalli II, foi deposto pelo seu tio Hatusilli III. Após várias tentativas de recuperar o trono, Mursili foge para o Egipto. Hatusilli III exigiu a sua deportação imediata, mas como essa foi recusada por Ramsés, os hititas mantinham mais um motivo para continuar com sua hostilidade.
No ano 21 do reinado de Ramsés, um tratado de paz procurou terminar o conflito. Esse tratado é conhecido nas suas duas versões, a hitita, escrita em tabuinhas de argila em cuneiforme babilónio e encontrada em Boghaz-Koi e a egípcia, gravada em duas estelas em Tebas. As razões para o tratado estariam relacionadas não só com a não resolução do conflito, mas também com o receio que gerava a ascensão da Assíria. Nos termos do tratado os dois impérios prometem ajudar-se em caso de agressão externa e dividem zonas de influência: Canaã e Sinai ficam sob domínio egípcio e a Síria, para os hititas.


Monumentos

Ramsés é o faraó que deixou o maior legado em termos de monumentos. O soberano apropriou-se de obras de faraós do passado (incluindo dos faraós do Império Antigo, mas sobretudo do faraó Amenófis III), que apresentou como suas, mandou concluir edifícios e lançou as suas próprias obras. Entre as obras concluídas por Ramsés II encontram-se a sala hipóstila do templo de Karnak em Tebas e o templo funerário do seu pai em Abidos.

Foi também Ramsés um dos responsáveis pela destruição dos templos da cidade de Amarna, que eram os últimos vestígios da era de Aquenáton, faraó que pretendia fazer de Aton a divindade suprema. Os blocos de pedra destas estruturas foram reutilizados na cidade de Hermópolis Magna, situada na margem oposta de Amarna.

Pi-Ramsés

Pi-Ramsés ou Per-Ramsés ("A Casa de Ramsés") foi a capital do Egipto durante o reinado de Ramsés e até ao fim da XX dinastia. Não foi descoberta até ao momento a localização exacta da cidade, mas sabe-se que era na região oriental do Delta.
A cidade foi erguida sobre uma aglomeração fundada por Seti I no começo do reinado de Ramsés. Para lá são transferidos obeliscos e nela se erguem templos dedicados às principais divindades egípcias, como Amon, Ré e Ptah. Dois séculos depois as suas estátuas e obeliscos da cidade foram transferidas para Tânis, a nova capital da XXI dinastia.
As razões que explicam esta mudança de capital são as raízes familiares do faraó na região do Delta, para além da sua localização estar mais próxima do principal centro de intervenção militar desta época, a Síria-Palestina, que separava o Egito dos hititas.


Templos na Núbia

Na Núbia Ramsés mandou construir vários templos. Dois dos mais famosos, escavados na rocha, encontram-se em Abu Simbel, perto da segunda catarata do Nilo.
O maior destes dois templos (Grande Templo ou Templo de Ramsés) penetra sessenta metros na rocha. É dedicado a Ramsés, associado a Amon-Ré, Ptah e Ré-Horakhti). Possui na entrada quatro estátuas de Ramsés com mais de 20 metros de altura, que o retratam em diferentes fases da sua vida. Passada a entrada do templo encontra-se um sala hipóstila onde se acham oito estátuas de Osíris. A versão egípcia da Batalha de Kadesh está representada no templo. O segundo templo (Pequeno Templo), a norte do Grande Templo, é dedicado a Nefertari (associada a Hathor). Na sua fachada encontram-se quatro estátuas de Ramsés e duas de Nefertari.
Em 2013, durante escavações a leste do Grande Templo, uma equipe de arqueólogos egícios e alemães descobriu uma estátua de Ramsés II, no templo da deusa Bastet, com 1,95 m de altura e 1,60 m de largura, de granito vermelho. Na parte trazeira da figura, há hieroglifos com o nome de Ramsés II. O templo de Bastet está localizado na colina de Bubastis, um dos sítios arqueológicos mais antigos do país, a cerca de 85 km a noroeste do Cairo, onde foram descobertos objetos que datam da IV dinastia (de 2630 a 2500 a.C.). Além da estátua de Ramsés II, os arqueólogos encontraram a estátua de um alto funcionário do governo egípcio do período da dinastia XIX, com 35 cm de altura, feita de arenito.
Abu Simbel permaneceu soterrada pelas areias do deserto até 1812, ano em que foi descoberta por Jean-Louis Burckhardt. A construção da grande barragem de Assuão alterou o nível das águas do Nilo, razão pela qual os templos foram desmontados, cortados em 1036 blocos e montados num local mais alto entre os anos de 1964 e 1968, numa campanha internacional promovida pela UNESCO.
Em Uadi es-Sebua Ramsés mandou construir um novo templo dedicado a Ré e a si próprio. Na direcção dos trabalhos esteve Setau, vice-rei da Núbia, que recrutou homens das tribos locais para a construção. No mesmo local Ramsés ordenou a reconstrução de um templo erguido por Amenófis III que fora danificado durante a era de Amarna.

Ramesseum

O templo funerário de Ramsés é conhecido como o Ramesseum. Situado na margem ocidental de Tebas estava dedicado ao deus Amon e ao próprio faraó, encontrando-se hoje num estado bastante deteriorado. O templo era famoso pela estátua colossal de Ramsés em posição sentada (da qual apenas restam fragmentos). Nas paredes do templo foram representados eventos como a Batalha de Kadesh e a celebração da festa do deus Min, assim como uma procissão dos numerosos filhos do faraó. No local foi descoberto um papiro que continha a obra literária "Conto do Camponês Eloquente" e textos de carácter médico.

Morte

Ramsés faleceu no ano 67 do seu reinado, quando já teria mais de noventa anos. O Egipto conseguiu continuar a exercer controle sobre Canaã e Sinai até a parte final da XX dinastia.
O túmulo de Ramsés foi construído no Vale dos Reis (KV7), necrópole de eleição dos faraós do Império Novo, tendo sido preparado pelo seu vizir do sul, Pasar. Embora seja maior que o túmulo do seu pai, o túmulo não é tão ricamente decorado e encontra-se hoje danificado. Do seu espólio funerário restam poucos objectos, que estão espalhados por vários museus do mundo.
A múmia do faraó foi encontrada num túmulo colectivo de Deir el-Bahari no ano de 1881. Em 1885 a múmia foi colocada no Museu Egípcio do Cairo onde permanece até hoje. Em 1976 a múmia de Ramsés realizou uma viagem até Paris onde fez parte de uma exposição dedicada ao faraó e onde foi sujeita a análises com raios X. Na capital francesa uma equipe composta por cento e dez cientistas foi responsável por tentar descobrir as razões pelas quais a múmia se degradava progressivamente. Os cientistas atribuíram esta degradação à acção de um cogumelo, o Daedela Biennis, que foi destruído com uma irradiação de gama de cobalto 60. As análises revelaram que Ramsés sofria de doença dentária e óssea.

Curiosidades

Em 1976, a múmia do Faraó Ramsés precisou ser levada a Paris, onde foi tratada contra uma infestação de fungos. Nessa ocasião, foi providenciado um passaporte para a múmia em que constava sua ocupação: "Rei falecido". Chegando à França, ao desembarcar no aeroporto de Le Bourget, em Paris, a múmia de Ramsés foi pomposamente saudada com honras militares destinadas a monarcas e chefes de estado.

Titulatura

Como se fazia no Antigo Egito, Ramsés tinha um série de nomes que compunham a sua titulatura. Ramsés é o seu nome de nascimento e significa "nascido de Rá" ou "filho de Rá". O seu prenome, isto é, o nome que este assumiu quando se tornou faraó foi Usermaet-rá Setepenrá, o que é traduzido como "Poderosa é a justiça de Rá - Escolhido por Rá".


Cleópatra VII


Cleópatra Thea Filopator (em grego: Κλεοπάτρα Φιλοπάτωρ, Cleopátra Philopátor; Alexandria, 69 a.C. — 12 de agosto de 30 a.C.) foi a última rainha da dinastia de Ptolomeu, general que governou o Egito após a conquista daquele país pelo rei Alexandre III da Macedônia. Era filha de Ptolomeu Auletes. O nome Cleópatra significa "glória do pai", Thea significa "deusa" e Filopator "amada por seu pai".

Cleópatra originalmente governou conjuntamente com seu pai, Ptolemeu XII Neos Dionisos, e mais tarde com seus irmãos, Ptolomeu XIII e Ptolomeu XIV, com quem se casou como por costume egípcio, mas, eventualmente, ela tornou-se o único governante. Como faraó, ela consumou uma ligação com Júlio César, que solidificou sua pegada no trono. Mais tarde, ela elevou seu filho com César, Cesário, para co-regente em nome.
Cleópatra foi uma grande negociante, estrategista militar, falava seis idiomas e conhecia filosofia, literatura e arte gregas.2

Genealogia

Seu pai, Ptolemeu XII Neos Dionisos (Ptolemeu Auletes), era filho de Ptolemeu IX Sóter II.3 Ptolemeu XII Neos Dionisos teve, possivelmente, seis filhos: Berenice IV e Cleópatra Trifena, que tomaram o controlo do Egito durante a ausência do pai, dois filhos de nome Ptolemeu (Ptolemeu XIII e Ptolemeu XIV), Cleópatra VII e uma filha de nome Arsínoe.3 E. R. Bevan supõe que Porfírio, a fonte de Eusébio, tenha errado, e que Cleópatra Trifena seria a esposa de Ptolemeu Auletes.4
Cleópatra foi também testemunha do reinado atribulado do pai. Ptolomeu XII, cognominado Nothos por ser filho ilegítimo de Ptolomeu IX Latiro,5 era impopular entre a população de Alexandria e tinha-se mantido no poder graças ao apoio de Roma, pelo qual teve que pagar vastas somas de dinheiro, conseguidas através de pesados tributos impostos ao povo. Ateneu de Náucratis, que se refere a ele como o último Ptolomeu, diz que ele não era um homem, mas um flautista (Auleta) e um equilibrista.6 Em 58 a.C. o pai de Cleópatra refugiou-se em Roma, tendo a sua filha Berenice IV sido eleita como nova soberana, mas esta foi executada em 55 a.C., por Ptolomeu XII em seu retorno ao Egito. A co-regente de Berenice, chamada de Cleópatra Trifena, que poderia ser mãe ou irmã de Berenice, desapareceu dos registros antigos.


Chegada ao trono

Antes de falecer em 51 a.C.,7 Ptolomeu nomeou os seus filhos, Cleópatra e Ptolomeu XIII, que deveriam reinar juntos como novos soberanos do Egito.3 Seguindo o costume da sua dinastia, Cleópatra casou com o irmão que teria cerca de quinze anos de idade.
Os monarcas estavam cercados por homens da corte que ambicionavam o poder e que exerciam um domínio sobre o irmão de Cleópatra: Teódoto, preceptor de Ptolomeu XIII, o eunuco Potino e o oficial do exército Aquilas.
Desde o início Cleópatra compreendeu que Roma era a nova potência do Mediterrâneo e que caso desejasse manter-se no poder deveria manter relações amigáveis com ela.
Em 49 a.C. Cleópatra fornece ao filho do triunviro Pompeu, Pompeu, o Jovem, sessenta barcos para se juntarem à frota que lutava contra Júlio César. Perante o comportamento da rainha, os conselheiros insinuaram que Cleópatra pretendia governar sozinha e colocaram o povo de Alexandria contra Cleópatra, que foi obrigada a fugir para o sul do Egito e depois para a Síria.


Cleópatra e Júlio César

A queda de Pompeu

A rainha não se dá por vencida e consegue juntar um pequeno exército de mercenários, tendo regressado ao Egito para lutar contra o irmão. Entretanto a situação internacional altera-se quando a 9 de Agosto de 48 a.C. Pompeu é vencido por César na Batalha de Farsália, na Tessália. Após a derrota procura refúgio em Alexandria, tendo Ptolomeu XIII declarado que aceitava recebê-lo.
Contudo, o verdadeiro plano do rei consistiu em ordenar a morte de Pompeu, julgando que desta forma agradaria a César. O assassino de Pompeu, um romano ao serviço de Ptolomeu XIII, corta-lhe a cabeça, que o rei apresentou a César. No entanto, esta atitude foi um erro, dado que César ficou horrorizado com o ato bárbaro. Apesar de inimigos políticos, Pompeu tinha casado com a filha de César, que morreu dando à luz um filho. César toma Alexandria e decide resolver o conflito entre Ptolomeu XIII e Cleópatra.

O encontro com César

Afastada do palácio real, Cleópatra deseja encontrar-se com César. É então que se desenrola o famoso episódio do tapete, relatado pelas fontes antigas.
Conta Plutarco, num episódio lendário da sua biografia dos Césares, que Cleópatra marcou um encontro com Júlio César, quando este chegou ao Egito, no inverno de 48 a.C. – 49 a.C., a fim de lhe dar um presente, que consistia num tapete. Este, ao ser desenrolado, mostrou que a própria rainha estava em seu interior (Cleópatra tinha sido enrolada no tapete pelo seu servo Apolodoro).
Cleópatra teria então argumentado que tinha ficado encantada com as histórias amorosas de César, tendo ficado desejosa de o conhecer. Tornou-se, assim, sua amante, o que ajudou a estabelecer o seu poder no país.
Numa tentativa de solucionar a crise, César procurou assegurar que o testamento de Ptolomeu XII fosse respeitado e confirmou Cleópatra e Ptolomeu XIII como co-regentes do Egito. Para além disso, propôs que os irmãos mais novos de Cleópatra, Arsínoe e Ptolomeu XIV, deixassem o Egito e se tornassem soberanos de Chipre.
Contudo, Arsínoe era ambiciosa e conseguiu que o exército a declarasse rainha do Egito. Arsínoe mandou matar o oficial Aquilas que começava a fazer-lhe oposição e em breve o seu irmão Ptolomeu XIII juntou-se à sua causa. Em 47 a.C. o exército egípcio seria derrotado por César. Arsínoe foi feita prisioneira e Ptolomeu XIII afogou-se no Nilo quando tentava escapar.
Em Junho de 47 a.C. Cleópatra deu à luz Ptolomeu XV César, conhecido como "Pequeno César" (Cesarion). Embora César tenha reconhecido a paternidade da criança, a historiografia moderna coloca em causa esta paternidade. César recusou-se contudo a torná-lo seu herdeiro, honra que coube a Octaviano.
Por sugestão de César, Cleópatra passou a reinar conjuntamente com seu irmão Ptolemeu XIV.3 Cleópatra casou-se com o seu irmão Ptolomeu XIV, tendo César partido para Roma. O Egito manteve-se independente, mas sob a proteção de Roma que aí deixou três legiões romanas.

Cleópatra em Roma

Em 46 a.C., a convite de César, Cleópatra instala-se em Roma, com o filho e Ptolomeu XIV, fixando residência nos jardins do Janículo, mesmo próxima da então esposa de César (a terceira), Calpurnia Pisonis.
Teria sido em Roma que Cleópatra elaborou o seu plano de hegemonia do Mediterrâneo. Sabe-se pouco da presença de Cleópatra em Roma, a não ser que a sua presença teria gerado desprezo na população. Em sua honra César ordenou que fosse colocada uma estátua de ouro de Cleópatra no templo da deusa Venus Genetrix, vista como antepassada da família de César.
Pouco depois do assassinato de César, Cleópatra voltou para o Egito. Segundo Eusébio de Cesareia, Cleópatra assassinou seu irmão Ptolomeu XIV, no quarto ano do reinado dele e no oitavo ano do reinado de Cleópatra, e passou a reinar sozinha.3 Seu filho passou a ser seu co-regente.


Cleópatra e Marco Antônio

Em 42 a.C., Marco Antônio, um dos triunviros que governava Roma após o vazio governativo causado pela morte de César, convocou-a a encontrá-lo em Tarso para ela responder a ele sobre a ajuda que prestara a Cássio, um dos assassinos de César e, portanto, inimigo dos triúnviros. Cleópatra chegou com grande pompa e circunstância, o que encantou Marco Antônio. Passaram juntos o inverno de 42 a 41 a.C. em Alexandria. Ficou grávida pela segunda vez, desta vez com gémeos que tomariam o nome de Cleópatra Selene e Alexandre Hélio.
Quatro anos depois, em 37 a.C., Marco António visitou de novo Alexandria, quando se encontrava numa expedição contra os partos. Recomeçou então a sua relação com Cleópatra, passando a viver em Alexandria. É possível que se tenha casado com Cleópatra segundo o rito egípcio (uma carta, citada por Suetónio leva a crer nessa hipótese), ainda que nessa altura estivesse casado com Octávia, irmã do triúnviro Octávio. Então, Cleópatra deu à luz outro filho, Ptolomeu Filadelfo.

A morte de Cleópatra, de Reginald Arthur
Durante as Doações de Alexandria, no final de 34 a.C., a seguir à conquista da Arménia:
Cleópatra e Cesarion foram coroados co-regentes do Egito e Chipre;
Alexandre Hélio foi coroado governante da Arménia, Média e Pártia;
Cleópatra Selene foi coroada governante da Cirenaica e Líbia;
Ptolomeu Filadelfo tornou-se o governante da Fenícia, Síria e Cilícia.
Cleópatra recebeu também o título de Rainha dos Reis.
O senado romano declarou-lhes guerra em 31 a.C.. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Áccio, ambos cometeram suicídio, tendo Cleópatra se deixado picar por uma serpente da espécie Naja egípcia, em Alexandria no ano 30 a.C., e o Egito tornou-se inteiramente uma província romana.


Mausoléu

A imprensa internacional noticiou, em 26 de maio de 2008, ter sido encontrada a cabeça de uma estátua em alabastro de Cleópatra, perto de Alexandria, no litoral mediterrâneo do Egito. A descoberta deu-se no templo de Taposiris Magna.
Em abril de 2009 o arqueólogo egípcio Zahi Hawass afirmou ter descoberto a sepultura de Cleópatra no templo de Taposiris Magna.8



Liber XLIX - O Livro de Babalon


O Livro de Babalon
Sub Figurâ XLIX
A.•. A.•.



1. Sim, sou eu, BABALON.

2. E este é meu livro, que é o quarto capítulo do Livro da Lei, Ele completando o Nome, por eu ser saída de NUIT como HÓRUS, a irmã incestuosa de RA-HOOR-KHUIT.

3. É BABALON. TEMPO É. Sim tolos.

4. Tu me chamaste, oh maldito e bem-amado tolo.

5-8. (Desaparecido e provavelmente perdido.)

9. Saiba agora que Eu, BABALON, tomarei carne e virei entre os homens.

10. Eu virei como um fogo pendendo, como uma canção desviada, um trumpete nos átrios de julgamento, uma bandeira à frente de exércitos.

11. E reúna minhas crianças a mim, pois O TEMPO está à mão.

12. E este é o modo de minha encarnação. Atenção!

13. Tu ofertarás tudo que fores e tudo que tiveres a meu altar, nada retendo. E tu serás atingido todo sentido e daí serás proscrito e amaldiçoado, um errante solitário em lugares abomináveis.

14. Sim arrisque. Eu não pedi a nenhum outro, nem pediram eles. Outros são vãos. Mas tu quisestes isto.

15. Saiba então que assim eu vim a ti antes, tu um grande Lorde, e Eu uma donzela arrebatada. Ah cega insensatez.

16. E depois disso loucura, tudo em vão. Assim tem sido, multiforme. Como tu queimaste além.

17. E Eu virei novamente, na forma que tu sabes. Agora será vosso sangue.

18. O altar está correto, e o robe.

19. O perfume é sândalo, e a vestimenta verde e dourada. Há minha taça, nosso livro, e vossa adaga.

20. Há uma flama.

21. O sigilo da devoção. Seja ele consagrado, seja ele verdadeiro, seja ele diária-mente afirmado. Eu não sou desdenhada. Vosso amor é para mim. Procure uma moeda de cobre, em diâmetro de três polegadas sobre o campo azul, a estrela dourada de mim, BABALON.

22. Este será meu talismã. Consagre-o com os supremos rituais da palavra e da taça.

23. Minha chamada como tu sabes. Todas as canções de amor para mim. Também procure-me no Sétimo Ar.

24. Isto a um tempo prescrito. Não procure o fim, Eu te instruirei a meu modo. Mas seja verdadeiro. Seria duro se eu fosse tua amante, e sobre ti? Mas Eu sou tua amante e estou sobre ti.

25. Eu providenciarei um receptáculo, quando ou donde Eu não digo. Não a siga, não a chame. Deixe-a anunciar. Nada pergunte. Mantenha silêncio. Haverá ordálias.

26. Meu receptáculo deve ser perfeito. Este é o modo da perfeição dela.

27. O trabalho é de nove luas.

28. O trabalho de Astarte, com música e festividade, com vinho e todas as artes do amor.

29. Que ela seja dedicada, consagrada, sangue a sangue, coração a coração, mente a mente, um em vontade, nenhum sem o círculo, tudo a mim.

30. E ela vagará pelo bosque enfeitiçado sob a Noite de Pan, e conhecerá os mis-térios do Bode e da Serpente, e das crianças que estão escondidas longe.

31. Eu providenciarei o local e as bases materiais, tu as lágrimas e sangue.

32. É isto difícil, entre matéria e espírito? Para mim isto é êxtase e agonia indizí-veis. Mas Eu estou em ti. Eu tenho grande força, tu tens igualmente.

33. Tu prepararás meu livro para a instrução dela, também tu ensinarás que ela deve ter capitães e adeptos em seu serviço. Sim, tu tomarás a peregrinação negra, mas não será tu quem retornará.

34. Que ela prepare seu trabalho de acordo com minha voz em seu coração, com teu livro como guia, e nenhuma outra instrução.

35. E que seja ela em todas as coisas sábia; e segura, e excelente.

36. Mas que ela pense nisto: meu caminho não está nos caminhos solenes, ou nos caminhos racionais, mas no caminho livre selvagem da águia, e o caminho tortuoso da serpente, e o caminho oblíquo do fator desconhecido e inumerável.

37. Pois eu sou BABALON, e ela minha filha, única, e não haverá nenhuma outra como ela.

38. Em Meu Nome tenha ela todo poder, e todos os homens e coisas excelentes, e reis e capitães e os secretos a seu comando.

39. Os primeiros servidores são escolhidos em segredo, por minha força na dela - um capitão, um mentiroso, um agitador, um rebelde - Eu provirei.

40. Chame-me, minha filha, e Eu virei a ti. Tu serás repleta de minha força e fogo, minha paixão e poder te cercarão e inspirarão; minha voz na tua julgará nações.

41. Nenhum resistirá a ti, a quem eu amo. Ainda que te chamem de meretriz e prostituta, desavergonhada, falsa, má, estas palavras serão sangue em suas bocas, e pó então.

42. Mas minhas crianças te conhecerão e te amarão, e isto os libertará.

43. Tudo está em tuas mãos, todo poder, toda esperança, todo futuro.

44. Um veio como homem, e foi fraco e falhou.

45. Uma veio como mulher, e foi boba, e falhou.

46. Mas tu és além de homem ou mulher, minha estrela é em ti, e tu utilizarás.

47. Mesmo agora tua hora baterá sobre o relógio de meu PAI. Pois Ele preparou um banquete e um Leito de Núpcias. Eu era a Noiva, designada desde o início, como estava escrito T.O.P.A.N.

48. Agora é a hora de nascimento à mão. Agora seja meu adepto crucificado na morada do Basilisco.

49. Tuas lágrimas, teu suor, teu sangue, teu amor, tua fé proverão. Ah, Eu te drenarei como a taça que é de mim, BABALON.

50. Não cedas tu, e Eu passarei o primeiro véu para falar contigo, através do tremor das estrelas.

51. Não cedas tu, eu Eu passarei o segundo véu, enquanto Deus e Jesus são golpeados com a espada de HÓRUS.

52. Não cedas tu, e eu passarei o terceiro véu, e as formas do inferno serão transformadas em beleza.

53. Por tua causa caminharei largo através das flamas do Inferno, ainda que minha língua cale-se por completo.

54. Deixe-me contemplar-te nu e luxurioso à minha maneira, chamando meu nome.

55. Deixe-me receber toda tua humanidade em minha Taça, clímax sobre clímax, prazer sobre prazer.

56. Sim, nós conquistaremos morte e Inferno juntos.

57. E a terra é minha.

58. Tu farás a Peregrinação Negra.

59. Sim sou mesmo EU BABALON e EU SEREI LIVRE. Tu tolo, seja tu também livre de sentimentalismo. Sou Eu tua rainha da aldeia e tu um secundarista, para que tenhas teu nariz em minhas ancas?

60. Sou EU, BABALON, sim tolos, MEU TEMPO é vindo, e este meu livro que meu adepto prepara é o livro de BABALON.

61. Sim, meu adepto, a Peregrinação Negra. Tu serás amaldiçoado, e esta é a natureza do caminho. Tu publicarás a questão secreta dos adeptos que tu soubestes, retendo nenhuma palavra deste, num apendix a este meu Livro. Então eles gritarão tolo, mentiroso, bêbado, caluniador, prevaricador. Não estás tu contente de teres te metido com magick?

62. Não há outro modo, querido tolo, é a décima-primeira hora.

63. O selo de meu Irmão é sobre a terra, e seu Avatar é à sua frente. Há debu-lhação de trigo e um pisoteamento de uvas que não cessará até que a verdade seja conhecida pelo último dos homens.

64. Mas você que não aceita, você que vê além, alcancem-se as mãos minhas crianças e ceifem o mundo na hora de sua colheita.

65. Congreguem-se em covens como da antiga, cujo número é onze, que é tam-bém meu número. Congreguem-se em público, em festival de música e dança. Congreguem-se em segredo, estejam nus e desavergonhados e regozijem em meu nome.

66. Trabalhem seus feitiços pelo modo de meu livro, praticando secretamente, induzindo o feitiço supremo.

67. O trabalho da imagem, e a poção e o charme, o trabalho da aranha e da ser-pente, e os pequeninos que vão no escuro, este é o seu trabalho.

68. O que ama não odeia, o que odeia teme, deixe-o provar do medo.

69. Este é o modo disso, estrela, estrela. Queimando brilhante, lua, feiticeira lua.

70. Você o secreto, você o pária, o amaldiçoado e desprezado, mesmo você que congregou-se privadamente há muito em meus ritos sob a lua.

71. Você o liberto, o selvagem, o indomado, que caminha agora só e desesperan-çado.

72. Veja, meu irmão quebra o mundo como uma noz para seu alimento.

73. Sim, meu Pai fez uma casa para você, e minha Mãe preparou o Leito Nupcial. Meu Irmão confundiu seus inimigos.

74. Eu sou a Noiva designada. Venha para as núpcias - venha agora!

75. Meu prazer é o prazer da eternidade, e minha risada é a risada bêbada da prostituta na casa do êxtase.

76. Todos seus amores são sagrados, brinde-os todos a mim.



77. Ponha minha estrela em suas bandeiras e vá em frente em prazer e vitória. Nenhum lhe negará, e nenhum lhe estará à frente, por causa da Espada de meu Irmão. Invoque-me, chame-me, chame-me em suas convocações e rituais, chame-me em seus amores e batalhas em meu nome BABALON, no qual todo poder é dado!