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Por volta de 1900: as pirâmides de Gizé nas margens
do Nilo, construídas pelos egípcios antigos para guardarem os corpos de seus
faraós
O rio Nilo era a fonte
de vida do povo egípcio, que vivia basicamente da agricultura. No
período das cheias, as fortes chuvas sazonais (junho a setembro), faziam o Rio
Nilo transbordar, encobrindo grandes extensões de terras que o margeavam, mas
também, este fenômeno fertilizava o solo ao depositar matéria orgânica
(fertilizante de primeira qualidade) neste.
Para o povo egípcio era
uma verdadeira bênção dos deuses. Aliás, o próprio rio era tido como sagrado. O
historiador antigo Heródoto fez conhecida a frase "o Egito é uma dádiva do
Nilo" - idéia essa que causa a ilusão de que a prosperidade alcançada por
esse povo se devia unicamente às condições naturais. Mas para o Egito, o Nilo
não era apenas um presente da natureza. Havia necessidade da inteligência, do
trabalho, da aplicação e da organização dos homens. Após as cheias, as margens
do rio ficavam cobertas por húmus - adubo natural, que dava ao solo a
fertilidade necessária para o plantio. No tempo da estiagem, num trabalho de
união de forças e de conjunto, os egípcios aproveitaram as águas do rio para
levar a irrigação até terras mais distantes ou construir diques para controlar
as cheias, protegendo o vale contra essas catástrofes terríveis. No período das
cheias, os camponeses eram encaminhados para as cidades, onde realizavam outros
trabalhos que não a agricultura. O trabalho no campo era regulado em função das
três estações do ano, típicas do país, relacionadas ao ciclo do rio Nilo: Akhit
- a inundação, de julho a novembro; Peret - a chamada ,saída, ou reaparecimento
da terra cultivável do seio das águas - época da semeadura - que acontecia de
novembro a março; Shemu - a colheita, que acontecia de março a junho.
HAPI
Fértil, Neter do rio,
seu nome significa “inundação”. Ligado a Nun como a água primordial e a Osíris
como Neter da fertilidade, seu lar era uma caverna escondida em baixo da
primeira catarata do Nilo, próximo a Elefantina. Ele também presidia o rio do
mundo subterrâneo.
OSÍRIS
É o deus da fecundidade,
a divindade que representa e sustenta a continuidade da natureza; ele é quem
faz nascer a semente, quem a amadurece. Osíris é o princípio da própria vida. Nos
mistérios de Osíris a alma era a semente e a vida, a vegetação.
CALENDÁRIO
EGÍPCIO – 28 DE NOVEMBRO
Estação
do Ano: Peret é a estação da semeadura (ou
primavera). Era a segunda das três estações agrícolas do antigo Egito. Nessa
época era feita a plantação, começava no final de novembro ou começo de
dezembro.
Neter
do Mês: Min o mais antigo deus da fertilidade, se
manifestava como o raio da vida no momento da união sexual. Seu nome significa
“estar firme”. Personifica a renovação, abundância, procriação epoder sexual
Neter
da Estação: Kheperi o escaravelho ou carocha. Deus da
transformação, a palavra kheper significa “tornar-se”. Acreditava-se não só que
ele cria a vida, mas também a restaura, estando assim sempre associado a ideia
de ressureição.
Dia de prolongar a vida
e a virtude de maât.
Soror
Zoé#Z